De todas as enunciações de despedida que já ouvi, a da língua japonesa é a mais bela, mais profunda e, especialmente, mais intensa.
O alemão auf wiedersehen, o au revoir e à bientôt, mesmo que dito pela Brigitte Bardot, o arrivederci italiano ou o inglês goodbye (que, na verdade, é uma corruptela de God be with you – Deus esteja contigo ou te acompanhe), exemplos que se repetem em tantas outras línguas, não oferecem nenhum consolo para a mágoa ou dor na separação ou para aquele afogo, não da ausência, mas da vontade da presença.
O italiano ciao, que serve a chegada e a partida, reveste-se de nada, pouco menos do hebraico shalon (paz), do árabe mae es-salaam (vá em paz). O nosso passe bem é aceptico tal como o farewell do Shakespeare.
Sayonara não carrega dor nem estimula esperança. Não exprime inconformidade com a partida, não augura protecção divina na viagem, nem reprime ânsias de regresso.
Apenas aceita um facto. Todas as emoções contidas se contraem na compreensão do acontecimento. Porventura, sublima-se no adeus mudo que se manifesta na pressão de mãos amigas.
Já que tem de ser assim, é a tradução de sayonara.
Rosa Nunes,
A ausência causa mágoa, até dor; mas também pode ser apenas uma vaga memória; a vontade da presença, essa, não tem senão…
Obrigado, Rosa.
Abraço.
Carlos Amorim,
Era assim, de facto. O tempo diluiu a memória…
Abraço.
Bartolomeu Fernandes,
Estás muito enganado, moço! Devias saber que não cheguei a ir. Em Abril de 66 vim embora. Não, não vou a Monte Real; agora já me fica longe…
Abraços à malta!
Cândida Ferraz,
Nem isso amiga, nem isso! Qualquer chau, inté… chega. Um dia até isso acaba.
Abraço.
A todos bem-hajam.
Abraços
Muito interessante, meu amigo.
Será que é assim porque afinal também é tão diferente a forma de olhar o mundo e a vida.
Mesmo que a palavra já tão ocidentalizada pouco mais parece do que o vulgar ‘até amanhã se nos virmos’, não acha?
Abraço.
Já percebi que não estiveste em Timor só a passear! 😉
Este ano vais a Monte Real?
abração
Lembrei-me que onde nasci, Melgaço, nos anos que por lá andei nunca ouvi outra despedida que não fosse até amanhã se Deus quiser…
Abraço.
Perdi-me durante um tempo, mas voltei.
É isso Jorge, é isso mesmo a saudade, o afogo não da ausencia mas da vontade da presença.
Acho que é a explicação perfeita.
Grande abraço amigo.